Os olhos do mundo estão voltados para o Vaticano desde esta quarta-feira (7), quando teve início o conclave para a escolha do novo papa, sucessor de Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, falecido no último dia 21 de abril. A famosa chaminé da Capela Sistina, em Roma, será o canal simbólico de comunicação com o mundo: dela sairá fumaça preta enquanto não houver consenso entre os cardeais e, finalmente, a esperada fumaça branca anunciará que um novo líder foi eleito.
O processo pode durar vários dias, mas a expectativa é de uma escolha relativamente rápida, como ocorreu nos conclaves de 2005 e 2013, que elegeram Bento XVI e Francisco, concluídos em apenas dois dias. De modo geral, as eleições dos últimos 100 anos foram rapidamente resolvidas. Enquanto o novo papa não é anunciado, o mundo acompanha ansioso cada sinal da chaminé que guarda um dos maiores segredos da Igreja Católica.
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Chaminé instalada no telhado da Capela Sistina / Foto: Joyce Mesquita |
Você sabe como foi criado o conclave?
O conclave — reunião dos cardeais para eleger o novo papa — tem uma origem que remonta ao século XIII, entre os anos de 1271 e 1276, durante um dos momentos mais tensos da história da Igreja Católica. Na época, após a morte do papa Clemente IV, a Igreja estava dividida entre facções italianas e francesas, refletindo também a disputa de poder entre o papado e os imperadores.
A rivalidade era tão intensa que os cardeais passaram quase três anos sem chegar a um consenso, marcando aquele como o mais longo conclave da história. Exasperados com a demora, os governantes decidiram confinar os cardeais em um palácio e limitar a quantidade de comida oferecida a eles diariamente, numa tentativa de pressioná-los a decidir.
No fim, foi eleito o italiano Gregório X, que, para evitar novas demoras, promulgou uma bula estabelecendo regras para os futuros conclaves. Entre elas, o isolamento total dos cardeais para evitar influências externas e, se necessário, a redução gradual das refeições, chegando a pão e água a partir do oitavo dia.
Embora algumas dessas regras tenham sido suavizadas com o tempo, a essência do isolamento permanece até hoje e está sendo seguida na Capela Sistina, enquanto o mundo aguarda a escolha do sucessor do papa Francisco.