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Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado |
O Brasil vive uma alarmante escalada na violência contra a mulher. Segundo os dados mais recentes do Atlas da Violência, produzido pelo Ipea em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o país registrou 3.903 feminicídios em 2023, o que representa uma média de 10 mulheres assassinadas por dia. O número cresceu 2,5% em relação a 2022, quando foram contabilizados 3.806 casos.
As maiores taxas de feminicídio foram identificadas na região amazônica, com destaque para Roraima, que lidera o ranking com 10,4 homicídios para cada 100 mil mulheres. Em seguida aparecem os estados do Amazonas e Rondônia, ambos com 5,9 mortes por 100 mil.
O estudo também revelou o recorte racial da violência: 68,2% das vítimas eram mulheres negras, totalizando 2.662 mortes. A taxa de homicídios entre mulheres negras (4,3) é quase o dobro da registrada entre as não negras (2,5).
Outro dado preocupante é a variação dos tipos de violência conforme a idade das vítimas. Entre meninas de até 9 anos, a negligência é a forma mais comum de violência. Na faixa de 10 a 14 anos, predomina a violência sexual, enquanto a violência física é mais frequente entre jovens e mulheres adultas, dos 15 aos 69 anos.
O crescimento dos casos de feminicídio reforça a urgência de políticas públicas de proteção às mulheres, especialmente às negras, que seguem sendo as maiores vítimas da desigualdade estrutural e da violência de gênero no país.