O custo para pegar dinheiro emprestado está mais alto no Brasil. Em fevereiro, a taxa média de juros cobrada dos consumidores subiu para 121% ao ano, de acordo com a Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac).
Na prática, isso significa que uma compra de R$ 500 pode custar ao consumidor cerca de R$ 1.100 ao final de um parcelamento de 12 meses. Deste valor, R$ 500 correspondem ao produto adquirido e R$ 600 apenas aos juros.
Cartão de crédito segue como vilão
Entre as seis modalidades de crédito analisadas, o cartão de crédito continua sendo o mais oneroso. Quem opta pelo pagamento mínimo da fatura e adia o restante do valor enfrenta juros anuais de impressionantes 438%.
Outras formas de empréstimo também apresentam custos elevados:
- Cheque especial: 148% ao ano
- Empréstimo pessoal em financeiras: 126% ao ano
- Crédito no comércio (crediário): 85% ao ano
- Empréstimo pessoal com bancos: 57% ao ano
- Crédito Direto ao Consumidor (CDC) para financiamento de veículos: 27% ao ano
Motivos para a alta dos juros
O aumento da taxa de juros acompanha os sucessivos reajustes na taxa Selic, anunciados pelo Banco Central. A Selic é o principal indicador da política monetária e influencia diretamente o custo dos empréstimos e financiamentos.
Com os juros mais altos, especialistas alertam para a importância do planejamento financeiro e da busca por condições mais favoráveis antes de contratar qualquer forma de crédito. "O ideal é evitar o endividamento excessivo e sempre comparar as taxas oferecidas por diferentes instituições financeiras", recomenda a Anefac.
Com as taxas em alta, consumidores devem ter atenção redobrada ao utilizar o crédito, evitando o efeito bola de neve das dívidas.